Consideremos um pentágono inicial cujas abcissas dos vértices são x0, x1, x2, x3 e x4. Para cada xr, vamos escrever
Temos assim um sistema de 5 equações com 5 incógnitas: X, P1, Q1, P2 e Q2. Este sistema é possível e determinado, pelo que, sabendo o valor das abcissas, podemos calcular o valor das incógnitas. Por exemplo, para calcular o valor de X basta ver que, somando as cinco equações obtém-se
ou seja,
e X
representa a abcissa do centro de gravidade dos 5
vértices. Notemos agora que, escrevendo o vector (P1,Q1)
na forma polar ,
temos
Analogamente, temos
pelo que
Então, vem
De seguida, temos
e, mais geralmente,
Quando k
tende para infinito, as parcelas
e
tendem ambas para zero. No entanto, a segunda parcela tende mais rapidamente
para zero do que a primeira, pelo que podemos desprezá-la e fazer a seguinte
aproximação:
para um valor de k
elevado. Fazendo
e
,
vem
ou seja,
onde
e
.
Analogamente, temos
e, considerando pontos no espaço,
Temos então que os
pontos
aproximam-se cada vez mais do plano (eventualmente degenerado) definido pelo
ponto (X,Y,Z)
e pelos vectores (P,R,T)
e (Q,S,U).
Este plano não depende de k,
podendo ser determinado a partir do pentágono original.
Seja f
a aplicação linear cuja matriz é .
Temos então que
,
sendo que os pontos
são os vértices de um pentágono regular inscrito numa circunferência
de raio unitário e centrada na origem. Assim, os pontos
aproximam-se cada vez mais dos vértices do pentágono que se obtém
aplicando a função f
a esse pentágono regular, seguida de uma translação segundo o
vector (X,Y,Z).
Assim, enquanto que o pentágono regular estava inscrito numa circunferência
de raio unitário e centrada na origem, este pentágono encontra-se
inscrito numa elipse centrada em (X,Y,Z),
e os segmentos que eram paralelos no pentágono regular (cada lado é
paralelo a uma diagonal) continuam a ser paralelos neste pentágono, como
pode ser observado na figura abaixo
Cada lado do pentágono inscrito na elipse é paralelo a uma das suas diagonais.
Notemos também que
Mas, como
vem
Assim, os pontos que se
obtêm aplicando duas vezes o processo de bissecção a um pentágono
são, aproximadamente, os mesmos pontos que se obtêm por uma homotetia
de centro no centro de gravidade desse pentágono e de razão ,
sendo a aproximação tanto melhor quanto maior for o valor de k.
Isto explica o facto de, na sucessão de pentágonos obtida, estes parecerem
surgir alternadamente com a mesma forma, apenas com um tamanho menor.