AS ÓRBITAS ANDAM À VOLTA

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A ideia transmitida pelo campo de vectores de que as órbita andam à volta do ponto de equilíbrio é verdadeira. Para o mostrar consideramos uma destas órbitas que se inicie, por exemplo, na região I, isto é, que x(0)>C/D e y(0)>A/B. Comecemos por verificar que essa órbita entra na região II.

Analisemos a primeira equação do sistema, x' = Ax – Bxy = (A – By)x; como x se mantem positvo daqui resulta que

Integrando entre 0 e t, obtemos .

Ora, na região I, y é crescente, logo, y(s)>y(0) enquanto a órbita se mantiver na região I. E, portanto, temos A – By(s) < A – By(0). Como A – By(0) é constante negativo, pois y(0)>A/B, digamos A – By(0) = –k (com k>0), então

 
 
 
x(t) < x(0)e–kt
 

Portanto, para todo o instante t em que a órbita se mantém na região I, temos:

Deste modo, podemos garantir que o intervalo de tempo em que a órbita se mantém em I é limitado, digamos [0,TMAX ) com TMAX  finito (menor que T* como na figura), porque a função estritamente decrescente x(0)e–kt se aproxima arbitrariamente de 0 se t tomar valores suficientemente grandes, o que garante a existência de T*.

 

Desenvolvendo um raciocínio análogo, partindo da segunda equação do sistema obtemos

onde k' = –C + Dx(0); e, como t<TMAX , .

Conjugando estas informações sobre as duas funções, concluímos que, enquanto a órbita se mantém na região I, permanece no rectângulo

Deste modo, o intervalo de tempo para o qual (x(t),y(t)) está definido é [0,+) e, portanto, a órbita continua para além do valor TMAX , não terminando, por isso, na região I. Logo, por continuidade e tendo em conta a monotonia das funções x e y, o prolongamento da órbita entra em II.

O procedimento para as outras regiões é análogo. Conclusão: as órbitas próximas de (C/D,A/B) andam à volta do ponto de equilíbrio.

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