Dodecágono regular
Consideremos
um dodecágono regular para o qual os pontos ,
,
e
são vértices consecutivos,
a medida da sua segunda diagonal mais curta e
a medida do seu lado. Supondo que
e
são comensuráveis, temos
e
,
onde
e
são inteiros positivos e
é uma medida comum à segunda diagonal mais curta e ao lado do dodecágono.
Note-se que cada lado é uma corda da circunferência de centro
que circunscreve o polígono à qual corresponde um arco de amplitude
.
Marcamos o ponto
na diagonal
tal que
.
Então, como
é isósceles e
,
vem
.
Além disso,
,
logo a diagonal
é paralela ao lado
.
Marcamos agora o ponto
na diagonal
tal que
.
Então, como
é paralelo a
,
é um paralelogramo, pelo que
.
Como
,
queremos ter um ponto
na semi-recta
tal que
.
Seja
o ponto na semi-recta
tal que
.
Como
é paralelo a
e
,
é um paralelogramo, pelo que
.
Então, vem
e
é um triângulo isósceles, com
.
Como
e
,
o triângulo
é equilátero, com
.
Além disso, como
,
o triângulo rectângulo
é isósceles, pelo que
.
Logo,
,
como pretendíamos.
Como
e
,
temos que os triângulos
e
são semelhantes, pelo que
é a segunda diagonal mais curta de um dodecágono regular de lado
.
Sendo assim, podemos construir um dodecágono regular que passa pelos pontos
,
e
,
cujas medidas do lado e da segunda diagonal mais curta são dadas por:
Como
e
,
temos:
onde
e
são dois números inteiros positivos, com
.
De facto,
,
o que é absurdo uma vez que
.
Procedendo da mesma forma, vamos obter um novo dodecágono regular cuja
segunda diagonal mais curta é
e cujo lado é
,
sendo que
e
são dois números inteiros positivos, com
.
Uma vez que podemos continuar indefinidamente a construir novos dodecágonos regulares, vamos obter uma sucessão estritamente decrescente de números inteiros positivos:
tal que
o que é absurdo, dado que não pode haver uma infinidade de números
inteiros positivos distintos menores do que
(de facto, existem exactamente
elementos:
,
,
,...,
,
e
).
Logo, a segunda diagonal mais curta e o lado do dodecágono regular são
grandezas incomensuráveis.