Representação em 3 do espaço projectivo de dimensão 2

 

Consideremos, no espaço vectorial M de dimensão 9 constituído pelas matrizes 3x3, o produto interno usual (identificação com 9).

Notemos Msim o subespaço vectorial de dimensão 6 de M constituído pelas matrizes simétricas e Msim1 o subespaço afim de dimensão 5 deste último formado pelas matrizes simétricas de traço 1.

O espaço projectivo 2( ) é difeomorfo a um subconjunto P2( ) de Msim1 pelo difeomorfismo que a cada subespaço vectorial de dimensão 1 de 3 associa a matriz da projecção ortogonal de 3 sobre esse subespaço. Se (x,y,z) 3 tem norma 1, a matriz que corresponde ao subespaço vectorial gerado por (x,y,z) é a matriz

.

De facto, a imagem P2( ) do projectivo está contida na intersecção com Msim1 da hipersuperfície esférica S de centro O e raio 1 de Msim.

Um dos elementos de S Msim que não pertence a P2( ) é a matriz

A=
.

A projecção estereográfica , a partir de A, é um difeomorfismo de S \ {A} sobre o subespaço vectorial F de dimensão 5 de Msim constituído pelas matrizes simétricas ortogonais a A e está definida explicitamente por

(X) =
.

Ela aplica P2( ) no subespaço afim F Msim1 de dimensão 4 de Msim, constituído pelas matrizes

Y=

que verificam as condições y1,1 + y2,2 + y3,3 = 1 e y1,2 + y1,3 + y2,3 = 1/2.

Chegados a este ponto iniciamos uma fase da tentativa: Para tentar meter o projectivo em 3 (naturalmente com auto-intersecções mas, se possível, sem muita maldade) experimentamos compor o difeomorfismo º com uma aplicação afim de F Msim1 para 3 que se revele razoável. A segunda tentativa corresponde a considerar a aplicação afim que à matriz Y associa (y1,1, y1,2 + y2,3, y3,3). Depois de compor ainda com uma translação de 3 (que equivale a ignorar a parcela A de (X) ), obtemos a aplicação de 2( ) que a cada subespaço vectorial gerado pelo vector (x,y,z) de norma 1, com a correspondente matriz

X=
,

associa a imagem, pela aplicação afim, da referida matriz

=
 
=


Consideremos enfim o espaço projectivo como imagem do hemisfério norte da superfície esférica unitária de centro na origem de 3, parametrizada pela latitude u [0,/2] e pela longitude v [0,2], através de

x = cos(u) cos(v)
y = cos(u) sin(v)
z = sin(u),

o que conduz à parametrização da imagem do espaço projectivo, que a (u,v) associa o elemento de 3 com as três coordenadas